Dia Nacional do Doador de Órgãos: um gesto de amor que pode salvar até sete vidas
27/09/2024
Foto divulgação: banco de imagens

Dia Nacional do Doador de Órgãos: um gesto de amor que pode salvar até sete vidas

O Dia Nacional da Doação de Órgãos, celebrado nesta sexta-feira, dia 27, é um importante momento para levar informação e refletir sobre a importância da decisão que faz a diferença para quem precisa. Um gesto de amor onde uma pessoa pode salvar até outras sete vidas. Em Criciúma, o Hospital São José conta com uma Comissão Hospitalar de Transplante - CHT muito ativa que acompanha os casos e identifica um potencial doador. Um trabalho feito em conjunto que faz a diferença na vida de inúmeras pessoas.

“Somos apenas passageiros nessa vida. Ao partirmos não levamos conosco nada físico, então, se for ao encontro dos seus valores em vida, gostar de fazer bem ao próximo, a doação é uma oportunidade maravilhosa de salvar vidas”, explica a médica intensivista e membro da CHT do HSJosé, Dra. Marina Casagrande do Canto (CRM-17896 | RQE – 15342).

De acordo com Dra. Marina, o processo da doação de órgãos é iniciado a partir de um diagnóstico de morte encefálica de uma causa conhecida, como acidente vascular grave (hemorrágico principal causa e isquêmico segundo), acidente que envolve trauma craniano, pós uma parada cardiorrespiratória prolongada, entre outros.

“Nesses casos, quando há evolução com sinais de perda as funções do encéfalo (cérebro) temos o dever de identificar de forma adequada, abrir um protocolo seguindo todos os critérios regulamentados e já bem descritos em literatura. Contamos também com todo o Suporte da SC transplantes que, desde 1999, coordena as atividades de transplante em âmbito estadual, centralizando e administrando todas as ações que envolvam captação e transplante de órgãos no estado”, explica Dra. Marina.

Ao final deste protocolo, é possível concluir se existe a morte por critérios neurológicos, a morte encefálica, indicando a perda irreversível das funções do encéfalo.

“Em todo o processo, há sempre o respeito aquela família que está em sofrimento. Nossa equipe dá todo o suporte necessário a eles, cuidando também do paciente para que tenha um tratamento digno, independentemente do desfecho. A partir do diagnóstico de morte, devemos cuidar da família que passa pelo processo de luto e fornecer a possibilidade de que esse ente querido possa ajudar tantas pessoas, mesmo após sua morte. É importante lembrar que sempre é respeitado a vontade da família. Então, por isso, conversem com a sua família sobre doação de órgãos. Quando deixamos nossos familiares cientes da nossa vontade, eles conseguem, mesmo no momento de sofrimento, serem porta vozes, pois apenas parentes de primeiro grau podem aceitar a doação no momento do diagnóstico de morte encefálica”, esclarece Dra. Marina.

A doação de órgãos e tecidos é feita por qualquer pessoa com morte encefálica e diante da autorização da família, conforme a resolução nº 2.173/17 do Conselho Federal de Medicina.

 

Importância da Comissão Hospitalar de Transplante

 

Até agosto de 2024, o HSJosé já realizou 14 captações de múltiplos órgãos. São vidas que foram modificadas por um único gesto de amor. Para que todo esse trabalho seja realizado, a equipe da CHT tem um trabalho essencial.

“A abordagem às famílias é realizada geralmente por dois membros da CHT e os médicos que estão acompanhando o caso. Essa abordagem é realizada em forma de acolhimento, como uma opção de ajuda para essa família, porque a doação em si, ela é uma consequência do processo. A nossa responsabilidade é oferecer o diagnóstico, que é um direito de todo paciente e dos familiares. Por isso, nosso trabalho é fundamental. Vamos fazer todo o acolhimento com a família, esclarecer todo o processo e, se caso a entrevista for positiva, vamos orientar tudo sobre o processo da continuação, quais são os próximos passos, quanto tempo leva, todo o atendimento necessário”, explica a gerente de SADT e enfermeira da CHT do HSJosé, Renata Mendes Machado.

De acordo com Renata, é importante que cada vez mais o processo de doação de órgãos seja disseminado entre as pessoas.

“É um momento extremamente delicado para os familiares, por isso é tão importante tomar essa decisão em vida. Por mais que seja um momento sofrimento e dor da família, é somente neste momento que conseguimos ter essa relação de apoio e ajuda, oportunizando a doação de órgãos para outras pessoas. Por isso é tão importante manifestar em vida o interesse de ser um doador de órgãos e disseminar essas informações para que este gesto tão grandioso posa salvar vidas”, reforça Renata.

 

Saiba mais:

Atualmente, a equipe da CHT do HSJosé é composta por oito profissionais. A equipe oficial conta com seis enfermeiros responsáveis por fazer todo o processo do protocolo e também fazer coordenação de centro cirúrgico, de sala cirúrgica no processo de doação. Além de dois médicos que realizam o trabalho da captação dos órgãos em centro cirúrgico.

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