No inverno é comum se ouvir um aumento crescente nos casos de sinusite e demais doenças relacionadas ao aparelho respiratório. No entanto, uma sinusectomia maxiliar, cirurgia que envolve a remoção de tecidos inflamados ou bloqueados dentro dos seios maxilares, que são as cavidades localizadas nas maçãs do rosto, chamou atenção pelo motivo que precisou ser realizada. O procedimento realizado pelo otorrinolaringologista Dr. Felipe Trento no centro cirúrgico do Hospital São José, foi caracterizada por ser uma lesão fúngica, diferentemente das mais comuns tratadas pelo especialista.
“Neste caso, o paciente tinha indicação de implante dentário na arcada superior e o dentista encontrou uma alteração no raio-x panorâmico. Foi solicitado então uma tomografia do seio da face e essa tomografia mostrou o preenchimento total do seio maxilar. A imagem era sugestiva de lesão fúngica e quando se trata desse tipo de lesão, optamos por tratamento cirúrgico”, explica Dr. Felipe Trento.
Mesmo precisando de intervenção cirúrgica, o tratamento não exige nenhum cuidado maior, apenas a drenagem e limpeza do local para que o seio maxilar fique aberto para melhorar a ventilação. Quanto a paciente colocar o implante dentário, isso vai fazer o tratamento ser melhor e o implante aderir melhor à face.
“Durante a cirurgia, abrimos o seio maxilar, fizemos uma limpeza e mantemos ele ventilado e, com isso, o fungo tem maior dificuldade para voltar. Normalmente esse fungo entra por inalação de via aérea, não há como ter um cuidado maior para evitar que ele entre ali. Existem outros casos de pacientes imunussuprimidos que facilitaria a questão do fungo se proliferar, mas aí seria um outro perfil de paciente. A cirurgia é feita sob anestesia geral, dura em torno de uma hora e é considerada com baixa comorbidade. O paciente já vai para casa algumas horas depois”, enaltece o especialista.
De acordo com Dr. Felipe, como cuidado do procedimento, o paciente deve evitar fazer esforços físicos, como esportes, por aproximadamente um mês e a lavagem frequente com soro fisiológico. “Como prevenção, mantenha o nariz bem ventilado. O fungo gosta de lugar quente, úmido e fechado, por isso a importância da ventilação. A lavagem com soro fisiológico, ao menos uma vez por dia, também faz a diferença”, esclarece o especialista.